Cultura de Excelência - David Cohen

Você já ouviu falar da Fundação Estudar? É uma organização fundada em 1991 por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles — sócios da Ab Inbev, que busca incentivar a educação no Brasil.

Para isso, são oferecidos treinamentos e bolsas de estudo, além de promoção de eventos e palestras. Até então, mais de 1000 estudantes conseguiram bolsa para estudar em mais de 25 países com o apoio da fundação.

Com este resumo, você irá conhecer quais são os valores que conduzem a Fundação Estudar, além de entender melhor a fórmula utilizada para atingir a excelência.

Quer saber mais? Leia até o final para pegar dicas de aplicações práticas dos valores apresentados neste resumo!

O livro “Cultura de Excelência”

Lançado em 2017, o livro traz em seu prefácio contribuições do trio de idealizadores da Fundação Estudar, com uma breve apresentação das ideias que acreditam e que moldam a cultura disseminada pela organização.

Em 207 páginas e dividido em 6 partes, cada uma representando um dos valores da fundação, o livro apresenta uma coleção de histórias de pessoas que foram ajudadas pela Fundação.

Além disso, a obra mostra a cronologia da organização, destacando os principais acontecimentos, bem como sua missão, valores, iniciativas e uma breve descrição dos principais treinamentos oferecidos.

Quem é David Cohen?

Nascido no Rio de Janeiro, David Cohen cursou 3 anos de Engenharia na UFRJ antes de decidir alterar a rota para o Jornalismo.

Formado em Comunicação pela PUC-Rio, o autor trabalhou como diretor de redação da revista “Época Negócios” e editor-executivo da revista Exame. Além disso, contribuiu para veículos como a Folha de São Paulo e escreveu o romance “Fábrica de almas”.

Por que ler “Cultura de Excelência”?

O conteúdo do livro é interessante para indivíduos que almejam crescimento no mercado de trabalho. Também pode ser indicado para líderes que desejam implementar uma cultura de excelência em suas organizações.

Além disso, as histórias contadas no livro são inspiradoras, especialmente para jovens no início da vida acadêmica e profissional.

Quais são os pontos principais de “Cultura de Excelência”?

• Tudo deve começar com um propósito, que é traduzido em um objetivo de longo prazo composto por pequenas metas;
• O trabalho consistente é capaz de produzir talento e gerar resultados extraordinários;
• Transparência, integridade e ajuda mútua são componentes essenciais para a formação de relações duradouras;
• O estudo e análise de modelos existentes é uma ferramenta importante para o desenvolvimento de soluções inovadoras;
• É fundamental atuar sempre com espírito de liderança e ter foco no processo;
• O resultado ideal é perpétuo, ou seja, aquele que consegue funcionar sem depender da sua presença.

No resumo a seguir, vamos nos aprofundar mais em cada um dos valores destacados no livro, mostrando exemplos de histórias que refletem a importância desses ensinamentos. Continue lendo para descobrir mais!

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Parte 1 - Devo ter metas ambiciosas?

Na parte inicial do livro, o autor explica a filosofia de metas utilizadas na Fundação Estudar, que devem ser agressivas, mas não impossíveis. Ele cita a importância de se ter um objetivo final, pois a partir disso os meios para atingi-lo irão aparecer de maneira mais natural.

Para exemplificar, David conta a história de Wilian Cortopassi, que se interessou pelas pesquisas médicas depois de seu pai descobrir que estava com câncer.

Desde então, sua principal motivação foi descobrir formas de contribuir com o desenvolvimento dos tratamentos para a doença. Em sua trajetória, passou pelo IME – Instituto Militar de Engenharia, onde teve dificuldades pois não se identificava com as obrigações militares.

A seguir, com a ajuda da Fundação Estudar, conseguiu se formar em Química e cursar doutorado em Oxford. Sua pesquisa foca em epigenética, que oferece uma nova fronteira no combate ao câncer.

Outro personagem destacado no livro é Hugo Barra, um brasileiro empregado como alto executivo no Google e decidiu, em 2013, se mudar para a China para trabalhar na então startup Xiaomi.

Ele conta que a reação da maioria das pessoas à sua ideia foi de espanto e até mesmo ridicularização, mas que pessoas ligadas à Estudar enxergavam essa mudança de outra forma.

Elas entendiam o que Hugo estava pensando. Ele é apaixonado por desafios, e se mudar para a China para trabalhar como único estrangeiro dentro da empresa era um desafio e tanto.

Mas esse desafio era justificado: tratava-se de uma empresa com imenso potencial e com ambição global. No ano seguinte, a Xiaomi chegou ao posto de terceira maior fabricante de celulares do mundo, com valor de mercado de US$46 bilhões.

Parte 2 - Qual a importância do trabalho duro?

De acordo com a filosofia seguida pela instituição, é preciso ser obstinado com seus esforços para alcançar a excelência.

O autor explica que eles entendem que o trabalho não deve ser visto como um fardo que serve apenas para garantir o sustento, mas como uma ferramenta para realizar seu potencial.

Nessa seção do livro, o autor relata as histórias de superação de jovens que, mesmo diante de muitas dificuldades, se esforçaram muito e, contando com a ajuda de diferentes instituições, incluindo a Fundação Estudar, conseguiram obter sucesso.

Luiz Fernando da Silva Sousa cresceu na Rocinha, a maior favela do Brasil, e sempre demonstrou interesse nas aulas do colégio público em que estudava.

Certo dia, respondeu uma prova que foi passada por integrantes do Ismart, uma organização sem fins lucrativos que fornece bolsas de estudo, e foi aprovado para estudar em um colégio de ponta no Rio de Janeiro.

A partir daí, sempre com muita dedicação e contando com o apoio do Ismart e da Fundação Estudar, graduou-se em Direito e foi aprovado no programa de trainees da Ambev, onde atualmente ocupa um cargo gerencial.

Parte 3 - É importante ter sócios?

O trio de fundadores segue os ensinamentos que Jim Collins explica em seu livro “Empresas Feitas para Vencer”: uma empresa é como um ônibus e o líder é o motorista.

Por isso, o primeiro passo para mudar a direção de uma organização é colocar as pessoas certas dentro do ônibus, pois ter indivíduos competentes trabalhando juntos é o ativo mais valioso que uma empresa pode possuir.

O autor destaca uma premissa interessante existente na Fundação Estudar: a que valoriza a importância de se ter sócios ao começar um novo empreendimento.

Ele explica que é uma forma de compartilhar os riscos, dividir os investimentos e, mais importante, é uma prova de que outra pessoa, utilizando diferentes critérios de decisão, também acredita no sucesso do negócio.

Um exemplo disso foi quando a então bolsista Ana Gabriela Pessoa teve a oportunidade de apresentar sua ideia de negócio para Jorge Paulo Lemann, e ele recusou a proposta, sugerindo que conseguisse outra pessoa para ajudar.

Aproveitando a rede de contatos existente dentro da Estudar, conheceu Ana Maria Diniz, que se interessou pelo projeto. Alguns anos depois, a empresa de educação que criaram foi comprada pela multinacional Pearson.

Parte 4 - Qual o valor do conhecimento?

O autor explica que, na filosofia Estudar, o grande benefício do conhecimento está no valor criado quando ele é bem utilizado. Isso é feito através da ação, de acordo com Beto Sicupira, é preciso ter “sede de conhecimento e fome de aplicação”.

Além disso, entendem que não é preciso reinventar a roda ao criar algo novo. É fundamental estudar o que já existe para saber como chegar naquele nível e além, uma técnica de benchmarking.

Um exemplo disso citado no livro foi quando Beto Sicupira iria assumir as Lojas Americanas e, para se preparar melhor, agendou uma visita a Sam Walton, fundador do Walmart.

Outro fator visto como essencial para o desenvolvimento é a ampliação dos horizontes conhecidos. Quanto maior a gama de experiências vivenciadas, maior a fonte de dados para gerar boas soluções.

Essa percepção varia de acordo com a realidade do indivíduo. Para alguns, isso pode ocorrer ao fazer um intercâmbio no exterior, enquanto outros descobrem um novo mundo ao ver o noticiário na TV pela primeira vez, como foi o caso de Gilberto Giuzio.

Ele morava em uma pequena comunidade rural no interior do Mato Grosso, mas ao descobrir que existiam outras realidades, enxergou novas perspectivas para sua vida.

Com muitas dificuldades, conseguiu voltar a estudar. Entre muitos percalços, foi aprovado em primeiro lugar no ITA, IME, Unicamp e USP. Depois de formado, foi selecionado para um MBA na Universidade Columbia, em Nova Iorque.

Parte 5 - Como ser protagonista?

Este valor está relacionado com o incentivo ao “espírito de dono” dentro da organização. Para quem é liderado, é importante ter o sentimento de responsabilidade e se engajar com o trabalho realizado.

Por outro lado, é fundamental que os líderes promovam esse tipo de atitude, oferecendo autonomia suficiente para sua equipe. Isso faz com que os interesses da empresa estejam acima de qualquer vaidade ou vantagem pessoal.

David Cohen exemplifica que uma boa ferramenta para isso é o programa de incentivos a gestores, como bônus e opções de compra de ações da empresa. Dessa forma, os interesses ficam alinhados com a estratégia da organização.

A pessoa que se sente dona visa o crescimento da empresa e de sua equipe, pois entende que ela vai se desenvolver junto. Por outro lado, o profissional que apenas deseja incrementar seu currículo não se preocupa tanto com a empresa, já que provavelmente estará em outra dentro de alguns anos.

Marcel Telles explica que, ao contratar alguém, verifica se a pessoa tem as seguintes características: vontade de realizar e disposição para se envolver.

Ele explica que isso tem a ver com levar para o lado pessoal, mas com sabedoria. Se tudo é pessoal, tudo é sua responsabilidade e você não terá paz. Por outro lado, se nada é pessoal, nada vale a pena.

Pensando nisso, é importante fazer as escolhas certas sobre o que você vai se envolver, quais atividades realizar, quem você vai convidar para ajudar na sua equipe e o que você vai se apropriar.

Assim, fica mais fácil se dedicar mais e, consequentemente, realizar feitos grandiosos. No entanto, ele lembra que também é importante também saber desapegar, pois a vida é constituída de ciclos.

Parte 6 - Qual impacto quero causar?

Por fim, o último valor apresentado no livro ressalta a importância do impacto causado pelo seu trabalho, pois é isso que será o seu legado, o que permanece como a marca deixada por você no mundo.

Os “saltos”, como são chamados dentro da fundação, são ações ousadas que tem o potencial de transformar a vida de muitas pessoas de maneira ampla. Nesse sentido, o autor cita vários projetos, todos com participação de integrantes da Estudar:

• Reverse: uma startup que facilita a gestão do lixo urbano, foi adotada pelas prefeituras de Criciúma e Nova Veneza, além de receber o prêmio de sustentabilidade da Novelis, uma das maiores recicladoras de alumínio do mundo;
• “Formei, e agora?”: página nas redes sociais voltada para ajudar quem está vivenciando as angústias e os medos de terminar a faculdade sem saber o que fazer. Em menos de dois anos, atingiu mais de 30 mil seguidores;
• Projeto de biofabricação, que evita testes em animais, enviado por um estudante brasileiro ganhou um concurso de ideias para o futuro em Perth, na Austrália.

O livro destaca também o valor e o crescimento promovido pelos negócios sociais, que operam da mesma forma que um negócio lucrativo, com busca pela eficiência operacional, cumprimento de metas e trabalho duro.

Além disso, usualmente nascem baseados em um ideal (propósito) muito forte, o que permite a visualização de um objetivo principal e facilita o estabelecimento de metas que podem gerar alto impacto na sociedade.

Livros sobre cultura corporativa

Em “A Regra é Não Ter Regras”, Reed Hastings, cofundador da Netflix, corrobora com a ideia de dar autonomia aos colaboradores, pois acredita que essa é a melhor forma de promover a inovação dentro da empresa.

Sandro Magaldi e José Salibi explicam na obra “O Novo Código da Cultura” que a transformação cultural dentro de uma organização é fundamental para o sucesso, pois apenas dessa maneira é possível alinhar os objetivos estratégicos por todos os setores da empresa.

No livro “A Loja de Tudo”, o autor Brad Stone conta como foi importante na trajetória de Jeff Bezos a crença na sua ideia (propósito), o aprendizado com outras experiências e a disseminação do foco principal da Amazon entre os colaboradores.

Como posso aplicar o conteúdo de “Cultura de Excelência”?

• Faça um esforço de reflexão e autoconhecimento para descobrir o propósito daquilo que você quer realizar;
• Sempre que estiver muito confortável, procure algo diferente, pois o desconforto gera ação e, consequentemente, aprendizado e crescimento;
• Ao formar uma equipe, encontre pessoas com habilidades complementares e que compartilhem os mesmos valores;
• Busque sempre partir para a ação e aprender na prática;
• Tenha foco, mas não fique aprisionado por ele;
• Assuma suas responsabilidades;
• Julgue as pessoas apenas pelo que elas fazem;
• Ajude as pessoas e peça ajuda, assim ambos conseguem crescer.

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Após ler o resumo desse livro incrível, você sente que está preparado para transformar a cultura da sua empresa?

Esperamos que você tenha gostado do resumo e consiga se inspirar com tantas histórias incríveis.

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