Vivemos em uma era curiosa. Materialmente, tudo está melhor do que nunca, dispomos de mais liberdade, mais riqueza e mais saúde do que em qualquer outro momento da história.
Mas, de certa forma, tudo parece horrível e inevitavelmente f*dido, economia em crise, péssimos políticos, aquecimento global e todos sempre ofendidos nas redes sociais.
Nesse ponto, em que possuímos maior aproximação com a tecnologia, educação e comunicação, comparando com anos atrás, muitos não conseguem se livrar de uma esmagadora sensação de desesperança. O que está acontecendo?
Mark Manson analisa no livro “F*deu Geral”, religião e política, examina nossa relação com o dinheiro, o lazer e a internet, e nos faz perguntar de maneira verdadeira nossas definições de fé, felicidade, de liberdade e até mesmo da própria esperança.
O livro “F*deu Geral” escrito por Mark Manson, foi lançado em 2019, e nos oferece um passeio divertido e fora do comum pela dor em nossos corações e o estresse em nossas vidas.
A obra é composta por 288 páginas, compondo nove capítulos, que são divididos em duas partes: “Esperança” e “Fodeu geral”.
Mark Manson é autor, empreendedor e dono do blog markmanson.com. Além disso, é o CEO e fundador da Infinity Square Media LLC, empresa que trabalha com gestão Web.
No Brasil, Manson ficou conhecido por seu artigo “Uma Carta Aberta ao Brasil”, que escreveu após morar quatro anos em nosso país.
Ele também é autor do best-seller “A Sutil Arte de Ligar o F*da-se”, que só no Brasil, superou a marca de 1 milhão de exemplares vendidos.
O livro “F*deu Geral” é indicado para todas as pessoas que se encontram estressadas ou ansiosas diante dos inúmeros problemas da vida moderna.
Assim como aquelas que desejam entender seus próprios sentimentos, com o objetivo de encontrar mais liberdade e alegria em suas vidas.
Está sem tempo para ler agora? Então faça o download gratuito do PDF e leia onde e quando quiser:
Nos últimos anos, autores como Hans Rosling e Steven Pinker têm alegado que estamos equivocados ao abraçar o pessimismo, que de fato as coisas estão melhores que nunca e a tendência é melhorar ainda mais.
Por outro lado, também temos alguns fatos preocupantes: nos Estados Unidos, ansiedade e depressão estão em alta nos últimos vinte anos. Não só as pessoas estão ficando deprimidas em maior número, como isso está ocorrendo cada vez mais cedo a cada geração.
Atualmente, quase metade dos americanos diz se sentir solitário ou excluído. A confiança social está em baixa, isso significa que as pessoas nunca acreditaram tão pouco umas nas outras, na mídia e no governo.
Enquanto isso, o extremismo continua a se propagar no mundo, de várias formas. Conspiracionistas, milícias civis, “sobrevivencialistas” e “preparadores” (pessoas que se preparam para o Armagedom) vêm se tornando ícones de subculturas populares, a ponto de se tornarem quase comuns.
E aí, entra o paradoxo do progresso, que pode ser resumido através de um fato preocupante: quanto mais saudável e seguro é o lugar onde você vive, maior é a sua chance de cometer suicídio.
Entretanto, independente do que aconteceu no passado, temos que encontrar nossa esperança nas visões do futuro.
Segundo Mark Manson:
“A esperança não liga para os problemas que já foram solucionados. Ela só se importa com o que ainda precisa ser resolvido. Porque, à medida que o mundo melhora, mais temos a perder. E quanto mais temos a perder, menos achamos que devemos ter esperança.”
Então, para mantermos e criarmos a esperança, precisamos de três coisas: a sensação de controle, a crença no valor de algo e uma comunidade.
Controle significa que você comanda sua vida e tem as rédeas do seu destino. Por “valor”, queremos dizer que existe algo pelo que vale a pena lutar. E “comunidade” é fazer parte de um grupo que valoriza as mesmas coisas que nós.
Perdendo um desses três elementos, você perde os outros, ficando sem esperança.
Pense por um momento que sua mente é um carro, chamado de “Carro da Consciência”.
Ele segue pela estrada da vida, por cruzamentos, entradas e saídas de vias expressas. Isso representa as escolhas que você toma que determinam o seu destino. Dentro do carro viajam dois passageiros: o Cérebro Sensível e o Cérebro Pensante.
O Cérebro Sensível simboliza as emoções, a intuição, o instinto e os impulsos. Enquanto o Cérebro Pensante representa os pensamentos conscientes, a capacidade de realizar cálculos, a habilidade de analisar várias opções de forma racional e de comunicar-se por meio da linguagem.
Cada um possui seus pontos fortes e fracos. O Pensante é exato, imparcial e minucioso, no entanto, demanda energia e esforço e precisa ser treinado constantemente, assim como um músculo.
Por outro lado, o Sensível chega a conclusões sem esforço e de forma ágil, mas muitas vezes precipitadas e equivocadas. Ele é dramático e tem o hábito de responder de maneira exagerada.
Já o Cérebro Pensante tem a capacidade de convencer o Cérebro Sensível a buscar um novo rumo ou a fazer o retorno após um erro. Mas o Cérebro Sensível é teimoso e, se desejar ir em outra direção, vai fazê-lo independente dos fatos racionais apresentados.
Então, não pense que é o Pensante quem dirige o carro, pois quem dirige é o Sensível, ele é o motorista e o Pensante é o GPS.
Simplificando, o Pensante pode guiar e induzir o Sensível em determinada direção, mas, no fim, ele vai para onde quiser.
Para cada ação há uma reação emocional oposta e de igual intensidade. Suponha que alguém lhe dê um soco na cara. Sem porquê. Sem razão. Apenas pela agressividade pura e simples.
Naturalmente, você responderia com alguma retaliação. Independentemente de que forma fosse revidado, você sentiria uma onda de emoções negativas direcionadas a mim. Isso gera uma “lacuna moral” entre nós: a intuição de que um de nós está profundamente certo, e o outro não é nada além de uma pessoa “irrelevante”.
Segundo Manson:
“Lacunas mentais são a sensação de que algo de errado aconteceu, e você (ou alguém) merece ser recompensado. Sempre que há dor, cria-se um senso inerente de superioridade e inferioridade. E sempre há dor.”
Agora, vamos supor que a pessoa se desculpe pelo soco. “Poxa, cara, aquilo foi muito errado e, nossa, perdi totalmente o controle. Para te mostrar minhas sinceras desculpas, estou te oferecendo um bolo e cem reais”.
Se você aceitou minhas desculpas, a lacuna moral entre nós desapareceu. Estamos “quites”: ninguém é melhor ou pior que o outro, ninguém merece tratamento pior ou melhor. Nos encontramos no mesmo plano moral.
Isso restaura a esperança, ou seja, não há nada errado com você, você pode seguir em frente.
Olhando por outro lado, suponhamos que em vez de um soco alguém lhe dê uma casa de presente. Isso também abrirá uma lacuna moral entre nós, mas dessa vez você sentirá um desejo enorme de equilibrar a alegria que te foi fornecida.
Essa é uma lacuna positiva, você sentirá que “o deve” algo. Claro, você pode recusar o seu presente. Mas o importante aqui é a inclinação psicológica entre vocês, ou seja, igualar as lacunas morais: positiva com positiva e negativa com negativa.
Nesse sentido, cada ação exige uma reação emocional oposta e de igual intensidade.
Nossa autoestima é igual à soma das nossas emoções ao longo do tempo. Para esclarecer a ideia desta lei, retornamos à situação do soco. Suponha que você não consiga, de forma alguma, igualar a lacuna.
Estou dizendo que a primeira lei emocional não pode ser estabelecida. O que acontece é que, quando as lacunas persistem por determinado tempo, elas acabam sendo normalizadas.
Elas se tornam a expectativa-padrão, estabelecendo-se em nossa hierarquia de valores. Se alguém te dá um soco e você não pode revidar, mais cedo ou mais tarde seu Cérebro Sensível chegará a uma conclusão estarrecedora: “eu merecia levar aquele soco”.
Segundo Manson no livro “F*deu Geral”:
“O fato de que não conseguimos igualar a situação significa que deve haver algo inerentemente inferior em nós, e/ou algo inerentemente superior na pessoa que nos bateu.”
Essa desistência diante de lacunas morais é parte essencial da natureza do Cérebro Sensível. Por isso, a maneira como determinamos o valor de tudo que nos diz respeito é inspirado pela soma das nossas emoções ao longo do tempo.
Sua identidade vai permanecer a mesma até que uma nova experiência se oponha a ela.
Nossos valores não são apenas a consequência de um conjunto de sentimentos. Eles são histórias. Quando o Cérebro Sensível sente algo, o Cérebro Pensante começa a produzir uma explicação para aquilo.
Nossas explicações são narrativas, possuem aderência, agarram-se em nossas mentes e se unem às nossas identidades. Carregamos essas criações e nos definimos a partir delas.
Trocamos elas com outras pessoas, procurando indivíduos que tenham histórias que condizem com as nossas. Denominamos essas pessoas como amigos, aliados e companheiros. Aquelas que levam histórias que vão contra as nossas são chamadas de más.
Por exemplo, quando você pensa consigo mesmo: “Eu sou um capitão de barco muito foda”. Você se define e se conhece através dessa narrativa. É um aspecto do seu eu. Você pilota um barco e é muito bom nisso, e por isso merece tudo de melhor.
Entretanto, ao adotar essas pequenas narrativas como identidade, você as protege e reage emocionalmente como se elas fossem parte do seu próprio eu. Dessa forma, se alguém te disser que é um péssimo capitão, você irá reagir de forma negativa, querendo proteger o corpo metafísico.
Ao longo da vida, vamos acumulando cada vez mais valores e significados e isso transforma nossas identidades em uma bola de neve. Quanto mais tempo mantemos um valor, mais no coração da bola de neve ele vai se estabelecer e mais difícil será para nós estarmos conscientes de sua existência.
Segundo Mark Manson, existem duas maneiras de substituir valores antigos e problemáticos por exemplos melhores e mais saudáveis. No entanto, esse processo inevitavelmente causará dor e desconforto. Não existe mudança sem dor, evolução sem desconforto.
A primeira maneira é reexaminar as experiências vivenciadas e reescrever as narrativas em torno delas: “sabe, talvez eu não fosse um capitão tão bom assim, mas tudo bem”.
A segunda é escrever as narrativas do seu futuro, ou seja, visualizar o futuro que queremos para nós mesmos. Assim, deixamos que nosso Cérebro Sensível experimente valores antes de nos comprometermos com eles.
Por fim, depois de várias repetições, o Cérebro Sensível irá se acostumar e também começar a acreditar nesses valores.
No fim, podemos perceber que aquilo em que acreditávamos ser importante na verdade não era.
Pesquisadores fizeram um experimento que era bem simples: olhar para uma tela branca com vários pontos e, se aparecesse um ponto azul, elas deveriam apertar um botão e dizer “azul”. Isso foi feito com centenas de pessoas em várias universidades.
Os psicólogos nomearam a pesquisa de “mudança de conceito induzida por prevalência”, mas Manson a chama de “Efeito Ponto Azul”. Vamos seguir em frente.
No início a maioria dos pontos era de fato azul e as pessoas acertavam bem quais eram azuis.
Entretanto, a partir de determinado momento, os pesquisadores começaram a diminuir a quantidade de números azuis e as pessoas começaram a ver pontos azuis onde não tinha.
Então, os pesquisadores mudaram o experimento. Agora, era mostrado às pessoas fotos de três tipos diferentes de rostos: amigáveis, neutros e ameaçadores. Assim como no experimento anterior, as faces agressivas, no início, eram a maioria e foram diminuídas gradativamente.
Adivinha? Sim, as pessoas começaram a julgar faces amigáveis e neutras como ameaçadoras.
O experimento é uma forma de estimar como nós, seres humanos, modificamos a percepção para que ela se encaixe dentro das expectativas. Assim como parecia ter um número esperado de pontos azuis, também parecia ter um número esperado de faces ameaçadoras.
Os pesquisadores decidiram fazer mais um experimento, dessa vez com propostas de emprego: algumas antiéticas, outras normais e mais algumas bem atraentes. Mas o resultado foi exatamente o mesmo.
O “Efeito do Ponto Azul” aponta que, basicamente, quanto mais procuramos, mais achamos ameaças, não importa quão confortável ou seguro o ambiente seja. É isso que acontece no mundo atual.
Quanto melhor as coisas se tornam, mais notamos perigos onde eles não existem, e mais desequilibrados nos tornamos. E essa é a essência do paradoxo do progresso.
Em “Inteligência Emocional”, Daniel Goleman diz que nossos sentimentos estão presentes em 100% do nosso dia a dia, afinal nós somos passíveis às emoções. Elas geram impulsos que afetam desde os sentidos de nosso corpo até as tomadas de ação. Quem é dominado por elas pode ter sua capacidade cognitiva facilmente anulada.
Agora, em “A Era dos Super-Humanos”, Paula Marques e Ricardo Cayolla compartilham a ideia que os seres humanos tomam decisões utilizando o lado emocional, pois são emotivos e acabam agindo por impulso. Quando tudo está rápido demais, talvez seja a hora de parar e pensar nas nossas decisões e vida.
Por fim, o autor Dale Carnegie, em sua obra “Como Evitar Preocupações e Começar a Viver”, te ensina a valorizar o presente para se preocupar menos com o futuro e cultivar uma atitude mental livre de ansiedade.
Talvez você tenha começado essa leitura do livro “F*deu Geral” em busca de um pouco de esperança, de um certa garantia de que as coisas vão melhorar. Nos desculpe, mas não temos esse tipo de resposta. Na verdade, ninguém tem.
Até porque se todos os nossos problemas fossem magicamente resolvidos, nossa mente ainda identificaria os problemas do futuro. Então, ao contrário de ir atrás de esperança, experimente o seguinte: não tenha esperança. Muito menos se desespere.
Na realidade, não suponha que sabe de qualquer coisa. É essa ilusão de saber algo com uma convicção tão cega, fervorosa e emocional que nos coloca em conflito. Tente apenas ser a melhor versão de você mesmo. Seja melhor, mais bondoso, mais forte, mais disciplinado, mais humilde.
Não “seja mais humano”, mas seja um humano melhor. E assim, um dia cheguemos a ser mais de humanos.
Se você gostou da obra de Mark Manson, “F*deu Geral”? Deixe seu feedback para sabermos sua opinião e oferecermos sempre o melhor para você!
Se quiser se aprofundar mais no assunto, você pode aproveitar e adquirir o livro clicando na imagem abaixo: