
O livro "Como Viver na Era Digital" traz uma realidade cada vez mais palpável: a tecnologia está aí e não há como ignorá-la. A questão, portanto, é, como você lida com isso?
Será que o seu comportamento não está demasiadamente influenciado por padrões que não são naturais a você como ser humano?
Por exemplo, você está entre aqueles que acreditam no mito do ser multitarefa? Que tal uma pequena pausa para refletir a respeito?
Pois este livro é exatamente isso: um convite à reflexão sobre o que é esse mundo tecnológico que nos cerca e como nós, seres humanos, podemos não só sobreviver, mas prosperar dentro dele.
O livro "Como Viver na Era Digital" foi publicado em 2012 com o título original "How to Thrive in the Digital Age".
O autor, Tom Chatfield, usa sua experiência como consultor em tecnologia e novas mídias para elaborar uma reflexão sobre como a atual onda de inovações tecnológicas vem moldando o dia a dia das pessoas.
Além da introdução, da conclusão e de diversos apêndices, as 155 páginas do livro são distribuídas em 8 capítulos, que tratam o tema por diferentes ângulos.
Um ponto interessante do livro está em seus diversos apêndices, em que o autor cita uma série de autores e obras que o inspiraram em cada capítulo.
Tom Chatfield, nascido em 1980 no Reino Unido, é escritor, comentarista, palestrante e consultor de tecnologia e novas mídias. Trabalhou também em diversas empresas, incluindo Google e Mind Candy.
Como palestrante, destacou-se em fóruns como o TED Global e o Congresso Mundial de TI.
Chatfield é autor de livros sobre pensamento crítico e cultura digital, além de também escrever ficção. Atua ainda como colunista quinzenal da BBC e toca piano.
O livro "Como Viver na Era Digital" é indicado para toda pessoa que deseja compreender de que forma a tecnologia está moldando o nosso comportamento no dia a dia.
Ao mesmo tempo, o livro estimula o leitor a uma reflexão sobre a sua relação com a realidade nesse novo cenário.
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Fazendo um rápido histórico sobre a evolução da tecnologia, o autor cita os primeiros computadores, criados nos anos 1940. Sem dúvida tratava-se de algo inovador, mas seu uso estava restrito à área militar.
Os mainframes, computadores de grande porte criados nos anos 1950, não eram muito diferentes das primeiras máquinas. Seu uso continuava voltado para poucos pesquisadores, ainda na área militar e também na área acadêmica.
O panorama começa a mudar nos anos 1970, com a chegada dos microprocessadores e dos computadores pessoais, não sem antes gerar algum ceticismo. Havia uma crença de que um público muito restrito teria interesse em adquirir computadores pessoais.
O que ocorreu a partir dali é bastante conhecido. O computador pessoal foi incorporado ao dia a dia da vida moderna. Porém, mais recentemente, estamos assistindo a uma nova mudança: o computador pessoal está sendo substituído pelo "computador íntimo", na forma de tablets e smartphones.
Há uma estreita relação entre o ser humano e a tecnologia. Em todas as épocas, o ser humano moldou novas ferramentas e estas, por sua vez, moldaram o seu comportamento.
Aqui, o autor cita uma categoria específica de novas tecnologias: a das "tecnologias intelectuais". Nela, inserem-se ferramentas criadas para possibilitar uma ampliação da capacidade de aprendizado e de percepção do mundo. A escrita é um exemplo típico desse tipo de tecnologia.
Entretanto, o computador parece fazer parte de uma categoria ainda mais específica de tecnologia. Sua capacidade de absorver e integrar outras tecnologias rompe as limitações de natureza física.
Na era digital, produz-se conhecimento em uma escala muito superior à própria capacidade do ser humano de assimilá-lo.
A nossa relação com a tecnologia é marcada, essencialmente, pela experiência que ela nos proporciona. Nesse sentido, a tecnologia funciona como um amplificador da nossa própria natureza.
As redes sociais, por exemplo, são novos espaços públicos criados para que as pessoas se conectem e estabeleçam uma convivência. Se por um lado há muito ódio, boatos e mentiras circulando, por outro surgiram também novas relações de confiança.
Como resultado, passamos por uma inversão de prioridades no uso do nosso tempo. Antes, vivíamos o dia a dia e nele dedicávamos parte do tempo a nos conectarmos a alguma forma de mídia. Hoje, estamos permanentemente conectados, com breves intervalos.
É preciso reconhecer a existência dessas duas instâncias, a da vida conectada e a da vida desconectada, não ignorando uma ou outra e extraindo o melhor de cada uma.
Embora a vida conectada seja muito atraente e ofereça inúmeras novas possibilidades, ela por vezes nos levará à sensação de esgotamento da privacidade. Além disso, a vida desconectada continua a proporcionar momentos em que toda a nossa atenção é necessária.
Viver na atual realidade tecnológica impõe desafios, que, em última análise, implicam em preservar a nossa própria condição de seres humanos. Alguns desses desafios são enunciados a seguir.
Um mito que está muito presente no uso desenfreado da tecnologia é o de que temos uma capacidade multitarefa, como os processadores de um computador. Em outras palavras, dissemina-se a ideia de que somos capazes de executar várias tarefas ao mesmo tempo.
Está comprovado que, para atividades triviais, o comportamento multitarefa até funciona, mas basta que uma atividade exija um nível de concentração contínuo para que essa crença caia por terra. Nesses casos, ser multitarefa tem até mesmo o efeito contrário, reduzindo a eficiência.
O que acreditamos ser uma capacidade multitarefa é na realidade a aplicação de uma atenção parcial contínua às tarefas simultâneas. Em diversos contextos, esse é um comportamento conveniente e proveitoso, mas ele também nos coloca em uma posição de distanciamento e isolamento que precisa ser contida.
Os computadores alcançaram uma capacidade impressionante de armazenar informação. Nesse aspecto, a memória humana fica muito aquém e é inevitável recorrer às máquinas para descarregar nelas toda a informação que não somos capazes de reter.
Além disso, a memória do computador preserva a informação de forma exata, sem distorções e sem perdas com o passar do tempo.
Por outro lado, nenhuma tecnologia é capaz de manter memórias da maneira como nós humanos fazemos, contextualizadas segundo pontos de vista únicos.
A memória do computador tem sequências de registros de fatos, enquanto a memória humana carrega a história de uma existência.
A chegada do Google à internet anos atrás, consolidou um novo modo de entender a informação. Um conteúdo se torna relevante não mais pelo endosso de um especialista no assunto, mas pela popularidade que ele alcança junto ao público.
Se antes um especialista selecionava qual conteúdo seria publicado, agora todos os conteúdos imagináveis são publicados e a reação do público define quais deles são relevantes.
Além de lançar incertezas sobre o papel do especialista, esse novo modelo parece colocar em xeque a própria ideia de produção cultural, na medida em que a excelência cede espaço para o "médio".
Essa abordagem também dá margem para outras questões, como a possibilidade de que essa "massa" que define o que é relevante seja alvo de manipulação. Isso poderia produzir até mesmo a imposição de mentiras e boatos sobre a verdade.
De outro lado, há iniciativas que apostam na capacidade de produção de excelência cultural a partir da "massa".
De todo modo, os especialistas continuam presentes, e nunca houve tantos como agora. A diferença é que eles precisam disputar seu espaço com "amadores" na produção de informação.
Diz-se que, na internet, todo usuário está a um clique da pornografia. O que um dia foi cercado de barreiras, para acesso restrito, hoje está facilmente disponível a quem quiser.
Mais que isso, é cada vez menos clara a diferenciação entre encenação e realidade, ou entre consumo e participação.
Entretanto, contrariando uma previsão alarmista frequente nos primeiros anos da internet comercial, a pornografia não extrapolou para além de suas fronteiras habituais.
Por outro lado, o universo dos jogos parece ter encontrado formas bastante eficientes de oferecer satisfação pessoal a partir de simuladores que colocam o usuário em uma vida virtual paralela. O risco está em darmos as costas à realidade.
São cada vez mais atuantes e influentes os movimentos políticos e ideológicos nascidos nos meios digitais.
O mecanismo que leva ao surgimento desses movimentos é até bastante simples: pessoas se aglutinam em torno de uma causa e em pouco tempo se organizam (ou são organizadas) para ações concretas.
Duas características comuns a esses movimentos são a sua baixa rigidez hierárquica e o caráter da causa, que geralmente é marcado pelo desejo de destruir e não de construir algo.
O surgimento desses movimentos revela também o descrédito das estruturas tradicionais de representação política. Os meios digitais parecem ter se transformado em ferramentas para a ação direta dos movimentos.
Enfim, esse é um terreno que ainda carece de legislação e regulamentação bem definidas.
No livro "Sapiens: uma breve história da humanidade", o autor Yuval Noah Harari diz que os humanos refletem sobre os avanços científicos da espécie humana e afirma que hoje já somos uma união de homem e máquina. Ele complementa que estamos caminhando para uma nova espécie: os super-humanos.
Já em "The Big Nine: How the Tech Titans & Their Thinking Machines Could Warp Humanity", a autora Amy Webb relata que a Inteligência Artificial tem estado muito integrada em nosso cotidiano e que isso pode nos levar a dois futuros: o obscuro, caso usemos a tecnologia para roubar dados e travar guerras; ou o brilhante, se usarmos a I. A. para nos conectarmos globalmente.
Por fim, falando sob um aspecto organizacional, em "Reinventando as Organizações", Frederic Laloux diz que as empresas se moldam de acordo com a evolução da consciência humana.
Antes, elas eram mais autoritárias; hoje, com a ampla acessibilidade de informações e globalização, a tendência é que as organizações se tornem cada vez mais horizontais, desprezando o tradicional sistema hierárquico de poder.
Bem, responda às seguintes questões e você poderá identificar se as preocupações apontadas pelo autor estão presentes no seu dia a dia:
Embora haja críticas à presença da tecnologia em nossas vidas, é inegável que ela traz muitos benefícios. Saber usufruir delas é essencial para prosperar nos dias atuais.
Entenda que o mundo real ainda tem muito a lhe oferecer, por mais que o mundo virtual pareça "suficiente".
Saiba que essa não é a postura natural e nem a mais eficiente que uma pessoa pode tomar.
Humanizar a memória digital fortalece a sua condição de ser humano em meio a toda a impessoalidade do mundo tecnológico.
Percebeu que, apesar de falar sobre o mundo que nos cerca, ela trata essencialmente de redescobrir quem somos nós?
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