O Poder dos Quietos - Susan Cain

O Poder dos Quietos - Susan Cain

Você sabia que a introversão é um temperamento desejável nos negócios, na política e nas artes? Entenda de onde vem a força dos mais calados e como usá-la.

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Rosa Parks, Abraham Lincoln, Bill Gates e Albert Einstein têm um traço de personalidade em comum: introspectivos, não eram dados a grandes celebrações nem tomavam decisões de maneira efusiva.

Enquanto os outros corriam atrás de respostas, eles passavam bastante tempo contemplando os problemas. Em uma sociedade na qual a extroversão encarna o ideal máximo de sucesso e felicidade, atitudes como a de Parks, Lincoln, Gates e Einstein simplesmente não fazem sentido.

Então por que, até hoje, essas personalidades são reconhecidas mundialmente? A resposta está no livro “O Poder dos Quietos”, da advogada e consultora norte-americana Susan Cain.

Chega de vergonha e de euforia performática: é hora dos introvertidos abraçarem sua principal característica e usá-la para fazerem a diferença na sociedade.

O livro “O Poder dos Quietos”

“O Poder dos Quietos” foi publicado em 2012, sob o título original em inglês “Quiet”, e se tornou um sucesso instantâneo de vendas e de crítica. Até hoje, mais de 3 milhões de cópias foram comercializadas em todo o mundo.

A obra é dividida em 11 capítulos que, por sua vez, são agrupados em 4 eixos temáticos. Essa combinação não veio ao acaso: a autora investiu 7 anos em pesquisa e estudos sobre o tema.

Durante mais de 4 anos, o livro ocupou a lista de best-sellers do The New York Times. Foi então laureado pelo site Goodreads com o Choice Award de Melhor Não-Ficção.

O sucesso editorial motivou a criação de uma organização voltada ao treinamento de líderes e crianças introvertidas — Quiet Revolution.

Quem é Susan Cain?

Susan Cain é advogada, escritora, palestrante e consultora de empresas. Como advogada, atendeu a empresas como JP Morgan e General Electric (GE) durante 7 anos.

Ela também atuou como consultora de negociações e prestou treinamentos a gerentes de fundos de capital de risco, empresários, advogados e até estudantes. Em 2004, passou a se dedicar às pesquisas e escrita do livro que se tornaria um best-seller mundial.

Hoje, Susan Cain é conferencista — apresentou uma das palestras mais assistidas do TED Talks, sendo a que atingiu o primeiro milhão de visualizações mais rápido. Atualmente, o vídeo conta com mais de 24 milhões de views.

Em paralelo, Cain dirige a Quiet Revolution, instituição dedicada ao ensino e treinamento de pessoas identificadas como introvertidas.

Por que ler “O Poder dos Quietos”?

Se você sempre se identificou como uma pessoa pensativa e de poucas palavras, o livro é ideal para você.

A obra também é voltada para líderes que precisam lidar com pessoas de diferentes perfis o tempo inteiro, e familiares que devem aprender a se relacionar com os mais quietos, como filhos introvertidos, sem forçá-los a agir de maneira contrária à sua natureza.

Quais são os pontos principais de “O Poder dos Quietos”?

  • Ser introvertido não é um defeito moral, mas sim um traço de personalidade tão normal quanto a extroversão;
  • O aspecto mais importante da personalidade é onde cada um se localiza no espectro introversão-extroversão;
  • Ser introvertido ou extrovertido não é sinônimo de ser feliz ou triste, fracassado ou bem-sucedido;
  • Introversão não é sinônimo de timidez;
  • Os introvertidos têm potencial de liderança;
  • Pessoas extrovertidas tendem a ser mais sensíveis a recompensas, enquanto os introvertidos procuram sinais de alerta diante de uma oportunidade ou oferta;
  • Em uma empresa, os dois tipos de personalidade se complementam. Portanto, líderes devem saber quando priorizar a cautela ouvindo os introvertidos e quando tomar decisões ousadas ao dar a voz aos extrovertidos.

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O ideal da extroversão

O culto à personalidade que emergiu ao final do século 19, nos Estados Unidos, levou as pessoas a buscarem um ideal de personagem carismático, fácil de se relacionar com os outros e imune ao medo. Essa se tornou a imagem de uma pessoa bem sucedida, o que a autora Susan Cain chama de ideal da extroversão.

O problema, segundo Cain, é que nem todas as pessoas se ajustam a esse modelo, a despeito da pressão social. Os introvertidos foram deixados de lado e passaram a sofrer mais com estresse.

Com isso, a extroversão passou a ser o único padrão desejável de comportamento na sociedade. Quer ter um bom emprego? Seja extrovertido. Quer ser o funcionário do mês? Introvertidos não passam. E para se tornar um bom pai de família? Adivinha só.

Ao longo dos anos, segundo o livro “O Poder dos Quietos”, ser extrovertido, carismático e transpirar confiança tornou-se sinônimo de ser um grande líder.

No entanto, a realidade contrasta com a ideia: não era incomum, mesmo no auge do desenvolvimento econômico, encontrar CEOs que precisavam se esforçar para aparecer em público.

O ideal da extroversão também se mostrou inadequado nas equipes de criação e design de novos produtos. A autora explica que muitos engenheiros, desenvolvedores e artistas trabalham melhor sozinhos.

Assim, eles conseguem ter maior controle sobre o resultado do que se estivessem rodeados por uma equipe.

Com o advento dos escritórios abertos e a enorme ênfase atribuída à importância das equipes para a conquista dos resultados, trabalhar no isolamento traz o risco de o introvertido ser visto como arrogante ou desengajado.

Mas é necessário que eles, seus líderes e seus colegas entendam a necessidade do trabalho solitário para obtenção de resultados.

A solução, segundo a autora Susan Cain, é o refinamento das interações interpessoais no trabalho. Em vez de transformá-la em norma, os líderes devem combinar relações extrovertidas e introvertidas de acordo com as capacidades e temperamentos dos indivíduos.

Sua biologia ou sua personalidade?

A autora Susan Cain diferencia temperamento e personalidade: o primeiro diz respeito a padrões de comportamento registrados no DNA do indivíduo, que podem inclusive ser observados em bebês.

Já o segundo conceito refere-se às influências socioculturais adquiridas ao longo da vida e construídas em cima do temperamento. Um é a fundação, o outro é a construção.

Tudo isso significa que, apesar de existirem traços de comportamento que as pessoas jamais poderão mudar completamente, há maneiras de se adaptar.

De acordo com o livro, a biologia não determina quem nós somos ou o que fazemos, mas exerce uma influência considerável. Uma situação clássica é falar em público, o pavor da maioria dos introvertidos.

Mesmo que o temperamento dê sinais de que o palco é perigoso e o corpo dispare sinais fisiológicos — como náusea, sudorese e boca seca —, é possível desenvolver estratégias que minimizem esses efeitos e garantam bons resultados.

Com o tempo, a personalidade se acostuma à situação e o corpo aceita melhor embora, no fundo, ainda existe ansiedade.

Em última análise, o indivíduo sempre toma uma decisão consciente: seguir os instintos primitivos e evitar o perigo ou se adaptar e superar o desconforto e os desafios.

No entanto, a personalidade é como um elástico. Tensionada, pode se afastar do seu eixo — o temperamento — até certo ponto, mas uma hora é necessário relaxar na zona de conforto.

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Todas as culturas têm um ideal da extroversão?

A cultura que envolve os indivíduos têm um forte impacto na construção da personalidade. Assim como o ideal da extroversão surgiu em um contexto sociocultural e econômico específico nos Estados Unidos, a introversão também é predominante em algumas sociedades.

Um exemplo citado pela autora Susan Cain é a cultura oriental, especificamente nos países que ela chama de Cinturão de Confúcio — China, Japão, Coréia e Vietnã. Estudantes dessas nações que migram para os Estados Unidos formam um visível contraste com os alunos vocais e resolutos nativos do país americano.

A cultura milenar oriental, cuja síntese é representada em provérbios, pensamentos e palavras do cotidiano, reforça o valor da introspecção, da formação de raízes e da disciplina, coloca o falar como adversário do agir e estimula a reflexão silenciosa.

Isso explica porque os asiáticos, em geral, são conhecidos tanto por sua calma passiva e ligeira inadequação social quanto pelo intelecto apurado e extrema competência.

Por um lado, tais características podem dificultar desde a carreira até a vida social dos indivíduos que não conseguem se ajustar culturalmente.

No entanto, eles se tornam capazes de exercer o que a autora chama em seu livro de “soft power”, ou poder suave. Ele se baseia na persistência silenciosa, método que privilegia o conteúdo sobre a retórica, e pode levar a grandes conquistas.

Introvertidos em geral — não apenas asiáticos — podem se espelhar nesses exemplos para agirem de acordo com suas características.

A introversão não precisa ser uma vulnerabilidade ou defeito, como é vista pela sociedade ocidental, mas pode se tornar uma vantagem competitiva mesmo no território profissional dos extrovertidos.

Como amar e como trabalhar?

Boa parte de nossa personalidade é mutável de acordo com o meio em que estamos inseridos. A autora Susan Cain lembra que, na psicologia, existe um debate pessoa-situação para definir qual aspecto é o mais determinante na maneira como agimos.

Em muitos casos, podemos flexibilizar atitudes para agir de uma maneira que agrade as pessoas ao nosso redor.

Isso significa que as pessoas são capazes de agir fora do seu caráter e até fingir com bastante competência uma personalidade distinta.

No entanto, traços do comportamento original emergem em alguns momentos — o desvio de um olhar, uma cruzada de braços em postura defensiva —, o que indica que há um limite para essa emulação.

A capacidade de simular um caráter alheio ao natural pode ser uma ferramenta para que os introvertidos consigam superar obstáculos comuns.

“Automonitoradores”, como Susan Cain chama, são capazes de buscar pistas no comportamento de outras pessoas em determinada situação social, agir de maneiras diferentes em situações — e com pessoas diferentes — e imitar emoções.

Essa habilidade, quando usada com cautela, é útil. No entanto, deve ser utilizada apenas quando há um propósito verdadeiro envolvido ou um projeto pessoal essencial em jogo — algo que nos dê força e motivação suficientes para sair do caráter.

Caso contrário, o indivíduo não conseguirá manejar o comportamento com eficácia e passará a impressão de que é uma pessoa pouco autêntica.

Também deve ser algo temporário. Simular, especialmente para introvertidos, requer bastante energia.

É importante que o introvertido volte ao seu espaço seguro diariamente para “recarregar”, mesmo que seja na intimidade do lar.

O livro “O Poder dos Quietos” recomenda que as pessoas façam, consigo mesmo e com seus familiares e amigos, um “acordo do traço livre”. Isso significa que o indivíduo aceita sair do seu caráter em alguns momentos em troca de ser ele mesmo, e fazer o que gosta, no restante do tempo.

Essa tática é fundamental para relacionamentos conjugais onde um é introvertido e o outro, extrovertido. Também pode ser algo a se entrar em acordo no trabalho.

Introvertidos conseguem produzir mais em ambientes reservados, com pouca ou nenhuma interferência, embora algumas empresas adotem a cultura do open office.

É possível pactuar o tempo em que a equipe permanece no mesmo espaço e quando cada um foca no seu trabalho.

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Livros sobre desenvolvimento pessoal e produtividade

A autora Tamara Myles, no livro Produtividade Máxima, desenvolve o sistema de “Pirâmide da Produtividade Máxima”, cujo modelo te ensina a organizar desde o espaço em que trabalha até saber decidir o que é mais importante e como chegar mais próximo das suas metas de vida.

Nassim Nicholas Taleb, em Antifrágil, chama a atenção de quem está estagnado na zona de conforto. É fato de que existirão desafios no caminho da inovação, mas eles são essenciais para todo e qualquer aprimoramento, inclusive no desenvolvimento de habilidades pessoais.

Por fim, os autores Paula Marques e Ricardo Cayolla, em A Era dos Super-Humanos, afirmam que o futuro vai pertencer a quem aprende mais habilidades e sabe concordá-las com a criatividade.

Como posso aplicar o conteúdo de “O Poder dos Quietos”?

  • Use o comportamento introvertido a seu favor, tanto na vida pessoal quanto profissional;
  • Identifique seus pontos fortes no espectro da introversão e aprenda a usá-los para resolver problemas;
  • Crie estratégias para minimizar os pontos fracos da introversão, como falar em público e socializar;
  • Recarregue suas energias com um tempo de solidão sempre que permanecer exposto a uma situação desconfortável por muito tempo;
  • Entre em acordo com seu cônjuge, amigos e colegas de trabalho para que você não se sinta obrigado a agir cotidianamente fora do seu caráter;
  • Permita-se agir fora da sua introversão para superar um obstáculo ou correr atrás de seu propósito, mas conheça seus limites;
  • Nas organizações, equilibre as equipes de trabalho de acordo com o temperamento de cada indivíduo;
  • Como líder, permita que os introvertidos da equipe trabalhem sozinhos em espaços com pouca distração.

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