Livro Inteligência Social - Daniel Goleman

Inteligência Social - Daniel Goleman

Aprenda aqui, com psicólogos, o que você pode fazer para ter relações produtivas e melhorar o seu bem-estar e das pessoas com quem você convive.

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Sabia que um relacionamento problemático pode te deixar mais suscetível a infecções virais? Não só isso, como também podemos ser contagiados por emoções alheias da mesma forma que acontece com um rinovírus, por exemplo.

Essa transmissão é tão real, que pode gerar o equivalente emocional de um resfriado.

Então, se quiser saber como preservar a sua saúde emocional e a das pessoas que te cercam, continue lendo este resumo.

O livro “Inteligência Social”

“Inteligência Social: A ciência revolucionária das relações humanas” é um relançamento da edição de 2006, que tinha o subtítulo “O Poder das Relações Humanas”.

Este livro foi publicado em 2019, pela editora Objetiva e tem 472 páginas. São seis partes, divididas em 21 capítulos, além do prólogo, epílogo, e dos apêndices.

Nessas divisões, são trabalhados assuntos variados, desde a constituição biológica do cérebro humano até as consequências de nossas relações, que refletem na sociedade.

Os diversos estudos e experimentos sociais trazidos são corroborados pelas palavras de profissionais conceituados no âmbito psicológico, e, também, pelos próprios envolvidos nas dinâmicas relatadas.

Essa perspectiva do funcionamento das conexões entre pessoas vem para complementar a produção do best-seller Inteligência Emocional, onde o autor analisou a psicologia do indivíduo dentro de si.

Quem é Daniel Goleman?

O psicólogo e jornalista estadunidense, Daniel Goleman, possui doutorado pela Universidade de Harvard. Escreveu sobre ciências comportamentais no jornal New York Times durante doze anos.

Também é parceiro da Associação Americana para o Avanço da Ciência, e detentor do prêmio Lifetime Achievement Award, da Associação Americana de Psicologia.

Entre seus muitos sucessos de vendas, destacam-se também Foco e Trabalhando Com a Inteligência Emocional, onde aborda a agilidade emocional e o coeficiente emocional, além do livro citado na seção anterior.

Por que ler “Inteligência Social”?

A Inteligência Social é vital, principalmente, para pessoas em posições de liderança, segundo o inventor do termo. Líderes podem aprender como extrair o máximo de sua equipe, adaptando suas próprias atitudes e se utilizando, até mesmo, das falhas.

Gerentes e vendedores vão descobrir que ouvir o cliente é muito mais importante para a qualidade do trabalho do que querer falar sobre seu produto. A capacidade de ouvir também é uma das três principais para médicos e assistentes sociais, cujo desempenho tem sido avaliado como excepcional por suas organizações.

Quais são os pontos principais de “Inteligência Social”?

  • Nossas dores podem ser amenizadas pelo modo como as avaliamos;
  • A importância da relação “Eu-Tu” em vez de “Eu-Isso”;
  • Resiliência;
  • Como reparar falhas na personalidade vindas da infância;
  • A influência dos relacionamentos na nossa saúde.

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[Resumo do Livro] Inteligencia Social - Daniel Goleman

Fomos programados para nos conectar

O psicólogo Edward Thordnike foi o primeiro a surgir com o termo “Inteligência Social”, por volta de 1920. Um dos significados que ele atribuiu foi “a capacidade de entender e administrar homens e mulheres”.

Mas, para Daniel Goleman, significa:

 “… ser inteligente não apenas a respeito de nossos relacionamentos, mas também em nossos relacionamentos (...) e olhar além de nossos estreitos e egoístas interesses pessoais e enxergar também os interesses do outro.”

Goleman propõe duas categorias que constituem a inteligência social. A Consciência Social trata dos nossos sentimentos em relação ao outro, e inclui:

  • Empatia primordial: sentir com os outros e detectar sinais emocionais não verbais;
  • Sintonia: ouvir com total receptividade e sintonizar-se com o outro;
  • Precisão empática: compreender os pensamentos, sentimentos e intenções da outra pessoa;
  • Cognição social: saber como funciona o mundo social.

E a Aptidão Social, que é o que fazemos de posse da consciência. Ela inclui:

  • Sincronia: interagir calmamente no nível não verbal;
  • Apresentação pessoal: apresentar-se de maneira eficaz;
  • Influência: moldar o resultado das interações sociais;
  • Preocupação: importar-se com as necessidades alheias e agir de acordo.

Robert Rosenthal, foi professor do autor, e descobriu que a conexão harmoniosa entre pessoas acontece quando há, segundo ele:

“Atenção mútua, compartilhamento de sentimentos positivos e um dueto não verbal bem coordenado.”

Essa sincronia aumenta a criatividade e a eficiência em processos decisórios, mas só funciona quando ocorre de forma espontânea.

Isso acontece, também, graças aos chamados neurônios-espelho, células cerebrais que refletem ações. Quando se simula a apresentação de uma palestra, por exemplo, o cérebro entende como se aquilo já estivesse sendo feito, tornando mais fácil executar aquilo de fato.

O mesmo acontece quando vemos a ação em outra pessoa, como diz o ditado tibetano citado pelo autor:

“Quando você sorri para a vida, metade do sorriso é para o seu rosto e a outra metade para o de alguma outra pessoa.”

É possível exercer influência utilizando esse mecanismo, com o efeito da “vantagem do rosto feliz”. O cérebro humano reconhece mais rapidamente expressões sorridentes do que as negativas.

Onde não existe uma hierarquia de poder, a pessoa com a feição mais expressiva emocionalmente é quem dita o tom do grupo.

É importante, porém, se atentar às relações na época do e-mail, home office, e demais distanciamentos que a internet pode proporcionar. O estado emocional do interlocutor não é percebido imediatamente e nem com tanta precisão, interferindo no retorno de que o córtex orbitofrontal precisa para nos guiar socialmente.

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Pessoas como objetos

Quando não há empatia nos relacionamentos, eles tomam uma dinâmica de “Eu-Isso”, onde o outro é usado apenas como um meio de conseguir o que se deseja.

Essa relação afastada pode ser recomendada para pessoas que precisam ser imparciais, como jornalistas e policiais. Mas, normalmente, é um traço que aparece em narcisistas, maquiavélicos e psicopatas, a chamada “Tríade Sombria”, pelos psicólogos.

Alguns líderes narcisistas podem conseguir resultados espetaculares baseados na autoconfiança, por exemplo. Já outros, provocam desastres. Um dos pontos-chave é a abertura a sugestões e críticas.

Quando essa personalidade se cerca apenas de elogios irrealistas, menosprezam e tiram vantagem dos colegas. Isso acontece com mais frequência em lugares como os Estados Unidos e Austrália, culturas individualistas. No leste asiático e no norte europeu, a harmonia do grupo e o compartilhamento do trabalho e dos créditos são mais valorizados.

A pessoa que se preocupa em atingir um fim, independente dos meios utilizados, também pode obter sucesso em algumas situações, mas ele é passageiro. Os maquiavélicos, ao passo em que bajulam o chefe, mas maltratam os subalternos. De acordo com o autor, eles:

“Correm o risco de que suas relações envenenadas e a resultante má reputação façam sua carreira sair dos trilhos.”

Tudo começa na infância

Para dar um nome a muito do que foi dito até aqui, podemos falar da “epigenética”. É o estudo de como as experiências por que passamos alteram o funcionamento dos nossos genes.

O termo “andaime neural” também ajuda a explicar, de maneira até mesmo mais visual, como nossas vivências contribuem para quem somos.

O uso repetitivo de um circuito neural fixa suas conexões, como um novo patamar de um andaime. Quanto mais tempo se passa, e quanto mais vezes essas conexões são ativadas, mais difícil — mas não impossível — é de rompê-las.

Na infância, por exemplo, muitos pais e mães se entregam aos ataques de raiva da criança, ou a ignoram completamente. Essa seria uma oportunidade de aprendizado seguro para controle das emoções negativas, caso fosse bem conduzida.

O que psicólogos do desenvolvimento chamam de “núcleo afetivo positivo” — nas palavras do autor, uma criança feliz — não é composto por uma família onde a atmosfera seja o tempo todo tranquila, mas sim onde haja resiliência para superar as adversidades.

“A felicidade prospera com a resiliência, a capacidade de superar os reveses e voltar a um estado mais calmo e mais feliz. Parece haver uma ligação direta entre a resiliência ao estresse e a capacidade para a felicidade.”

Um estresse mínimo é necessário para o aprendizado, mas, em excesso, desperta o circuito neural do medo.

Outro ponto importante no desenvolvimento da criança são as brincadeiras. Elas fornecem experiências sociais, o livro enfatiza:

“Como negociar lutas de poder, cooperar, formar alianças e ceder com boa vontade.”

Devemos lembrar que, caso a criação tenha deixado marcas negativas nos adultos, os psicoterapeutas podem fornecer a base segura para aprender a administrar os sentimentos, que teria sido papel da família. E, se esse papel já tiver sido cumprido, esses profissionais também podem ajudar a consolidar o progresso.

Relações como remédio ou como doença

Tabagismo, hipertensão arterial, colesterol, obesidade, sedentarismo. Se você não se encaixa em nenhum desses fatores de risco, mas está em um relacionamento tóxico, tem a mesma probabilidade de ocorrência de doenças e morte.

Ao mesmo tempo, os estudos epidemiológicos que trazem esse dado, também indicam que conexões sociais positivas diminuem a secreção de cortisol (hormônio do estresse) e fortalecem o sistema imunológico.

Perdoar alguém de quem sentimos rancor também reduz os níveis desse hormônio, além da pressão arterial e os batimentos cardíacos, e diminui a dor e a depressão.

Essas relações podem ser de várias esferas.

O ser humano é um animal social desde quando os Hominidade passaram a ter hábitos diurnos, milhões de anos atrás. Então, no âmbito pessoal, a falta de amigos traz um grande prejuízo à saúde.

Na parte amorosa, existe até mesmo o “Fenômeno Michelangelo”, onde o parceiro, depois de tantos anos de convívio, acaba naturalmente esculpindo o outro à sua maneira.

No trabalho, pessoas de cargos mais baixos são quatro vezes mais propensas a desenvolver doenças cardiovasculares do que as de cargos superiores, que não precisam lidar com chefes extravagantes.

Em serviços humanos, a qualidade de um líder é muito mais ligada à inteligência social e emocional do que aos conhecimentos e habilidades técnicas de sua área.

A base segura falada anteriormente também pode existir entre os membros de uma equipe de trabalho, por meio de uma demonstração de respeito, um elogio, ou a disponibilidade para ouvir e se solidarizar com o colega. Isso melhora a qualidade do serviço, e sua falta pode levar à “fadiga por compaixão”.

Em qualquer situação, para lidar com pessoas que tenham sido afetadas negativamente, o psicólogo Sheldon Cohen traz a mensagem de descobertas científicas aos amigos e familiares de pacientes cuja doença tenha um estigma social:

“Não os ignorem nem os isolem — mesmo que você não saiba exatamente o que dizer, é importante fazer uma visita.”

Nem de mais, nem de menos

A falta de concentração e a dificuldade de pensar com clareza são efeitos de quando estamos esgotados. Esse termo, embora utilizado de maneira corriqueira em situações do tipo, indica uma situação danosa para o cérebro, e que se explica biologicamente.

“É um estado neural em que repentinos aumentos de ondas emocionais prejudicam o funcionamento do centro executivo.”

Em contrapartida, uma medida de estresse é necessária para que a tarefa não seja tediosa, o que também diminui a vontade de entregar um trabalho bem feito.

O ápice do desempenho está no topo do gráfico gaussiano, que Goleman chama de “U invertido”, abaixo:

Gráfico Estresse x Desempenho

Uma das tarefas de um líder para com seus funcionários é estimulá-los no ponto certo desse gráfico. Um desagrado bem administrado pode surtir efeitos positivos, mas o temperamento enfurecido é destrutivo.

Diante de resultados negativos, um líder com inteligência social auxilia as pessoas a se recuperarem da aflição. Além disso, mesmo que seja impossível resolver um problema, ter empatia e demonstrar interesse em ouvir e melhorar as coisas ajuda a metabolizar os sentimentos e a seguir em frente com mais tranquilidade.

A maioria dos funcionários que participaram de uma pesquisa com 700 empresas dá mais importância a ter um chefe atencioso do que ao salário que recebe.

W. Edwards Deming, guru do controle de qualidade, utilizava o slogan “Elimine o medo”. Só assim os trabalhadores podem se sentir à vontade para opinar, compartilhar ideias e melhorar seu rendimento.

Livros sobre relacionamentos

Em Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, Dale Carnegie ensina a melhorar o convívio com os outros, pessoal e profissionalmente, através de novas abordagens e aproximações sinceras.

O autor Allan Percy mostra, no livro Nietzsche para Estressados, como reduzir o estresse e melhorar os relacionamentos, através dos ensinamentos do filósofo alemão.

Por fim, o psicólogo Marshall B. Rosenberg ensina a resolver conflitos e interagir com respeito e empatia, mesmo em situações desconfortáveis, na obra Comunicação Não-Violenta.

Como posso aplicar o conteúdo de “Inteligência Social”?

  • Não oculte seus medos ou raiva, isso exige esforço ativo e raramente dá certo;
  • Confie na sua intuição;
  • feedbacks de forma afetuosa, mesmo que tenham um conteúdo negativo; 
  • Esteja disponível para ouvir;
  • Cerque-se de pessoas que contribuem para o seu bem-estar e desapegue de sentimentos negativos;
  • Controle o nível de estresse no meio entre o tédio e a ansiedade;
  • Faça terapia!

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Esperamos que saber como seus relacionamentos influenciam na saúde mental e física te motive a mudar hábitos e se libertar de situações que possam estar te atrasando.

Você imaginava que as outras pessoas exercessem tanta influência sobre nós mesmos? Achou reconfortante saber que até nossas adversidades podem se tornar nossas aliadas?

Agora, exercite um pouco do que aprendeu aqui e deixe um feedback amistoso nos comentários!

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