Para saber se você precisa ler este resumo do livro “A Arte de Pensar Claramente”, de Rolf Dobelli, responda:
Se ao menos uma vez você disse “sim”, responda a esta última pergunta: você concorda que não tomou a mais racional das decisões?
Mas por que agimos assim? Como nos livrarmos dessas armadilhas? É sobre isso que falaremos na sequência. Continue a leitura.
Em 2011, Rolf Dobelli reuniu uma coleção de artigos que vinha publicando em jornais da Alemanha e da Suíça, transformando-os no livro “A Arte de Pensar Claramente”.
Trata-se de um estudo acerca de diversos padrões de comportamento que nós seres humanos adotamos, em flagrante contradição com a crença de que somos seres essencialmente racionais.
Em sua primeira edição brasileira, o livro apresentava ao longo de suas 216 páginas uma coleção de 52 artigos, cada um tratando de um padrão de comportamento específico. Essa edição, de capa alaranjada, era uma tradução do original alemão “Die kunst des klaren denkens”.
Um ponto importante de cada um dos artigos é que o Dobelli não só descreve o comportamento irracional, mas também procura indicar formas de evitá-lo.
Rolf Dobelli nasceu em Lucerna, Suíça. É escritor e empresário, fundador da GetAbstract, uma editora que publica resumos de livros e artigos. Em sua formação acadêmica, tem um MBA e um PhD em filosofia econômica.
Em 2011 publicou seu primeiro livro de não ficção, “Die kunst des klaren denkens”, que é justamente este “A Arte de Pensar Claramente”. O livro fez um sucesso imediato, tornando-se um best-seller em diversos países.
Em 2012, Dobelli publicou “Die kunst des klugen handelns”, que poderia ser traduzido como “A Arte de Agir Claramente”, mas que no Brasil foi incorporado à edição ampliada de “A Arte de Pensar Claramente”.
O livro fala de comportamento humano e é, por isso, voltado para pessoas em busca de autoconhecimento.
Além disso, as situações descritas pelo autor aplicam-se ao dia a dia de pessoas comuns, nas mais diversas circunstâncias, não sendo, portanto, voltadas para algum público específico.
Por outro lado, ao tomar conhecimento do conteúdo, o leitor certamente identificará oportunidades de se aprimorar em questões profissionais, financeiras, pessoais, de relacionamentos etc.
“A Arte de Pensar Claramente” reúne conhecimentos e experiências em economia comportamental, psicologia e neurociência. Seu objetivo é demonstrar que:
A edição original do livro reúne 52 artigos do autor sobre o tema. Na edição ampliada são 100 artigos. Para este resumo, seria impossível focar – ainda que de forma sintética – em todos os artigos do livro, já que cada um trata de uma questão específica.
Assim, selecionamos alguns dos temas, apresentando-os brevemente, para dar ao leitor uma ideia sobre o tipo de explanação que ele vai encontrar quando se deparar com o texto na íntegra.
Vejamos então essa breve seleção de conteúdos do livro. Boa leitura!
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Nossa mente pode ser induzida a fazer uma leitura errada de determinada situação. Assim ocorre com o viés do sobrevivente e com a ilusão do corpo de nadador.
O chamado viés do sobrevivente consiste em tomarmos conhecimento apenas das histórias dos sobreviventes, isto é, daqueles que obtiveram sucesso, ignorando completamente o fato de que a grande maioria fracassou. Esse modo de ver as coisas nos leva a pensar que ser bem sucedido é a regra.
Para combater essa tendência, devemos agir com consciência, buscando conhecer as estatísticas de sucesso e fracasso e as histórias daqueles que fracassaram.
Outra forma de autoengano que cometemos é a da ilusão do corpo de nadador, que nos leva a formular relações de causa e efeito equivocadas.
Por exemplo, pessoas se matriculam em clubes e escolas de natação para ficarem com corpos mais atléticos, iguais aos dos grandes campeões.
Mas a prática da natação não deixa todos os nadadores com corpos mais atléticos. Os nadadores com corpos mais atléticos é que se destacam na prática da modalidade e se tornam campeões.
Existem inúmeras situações no dia a dia que nos induzem a formulações equivocadas desse tipo. E não há outra forma de lutar contra esse viés a não ser pela busca da racionalidade.
Confiança em excesso tende a ser uma armadilha para as nossas ações. Isso pode ocorrer quando confiamos demais em nossas próprias capacidades (autoconfiança) ou quando depositamos toda a confiança nas pessoas à nossa volta (prova social).
É muito comum que pessoas tenham uma noção superestimada de sua capacidade de fazer prognósticos. São pessoas que se colocam à margem das estatísticas, acreditando estarem acima dos padrões medianos de comportamento, principalmente quando tocam em temas que são sua especialidade.
Para neutralizar esse excesso de autoconfiança, é preciso adotar uma postura mais cética, acrescentando mesmo um pouco de pessimismo nas projeções.
Em outro extremo, há situações que levam as pessoas a seguirem as opiniões e decisões da maioria, por mais que falte racionalidade a esse posicionamento. É a chamada prova social. O marketing explora muito esse viés do comportamento humano, que está enraizado desde as origens da nossa espécie.
O ceticismo também é uma arma contra esse tipo de indução a que a mente se sujeita.
Eis aqui duas diferentes armadilhas que podem nos levar a manter uma decisão ou uma ideia que simplesmente não se sustenta: a falácia do custo irrecuperável e o viés da confirmação.
Quando o cenário, as condições ou mesmo as motivações mudam, pode ocorrer de uma ação em curso deixar de fazer sentido. Mesmo assim, podemos ser levados a prosseguir com ela. Por quê?
Porque recorremos à falácia do custo irrecuperável, segundo a qual, uma vez que já investimos tempo e recursos até aqui, temos que ir até o fim. Trata-se de uma justificativa que adotamos para não admitir que “mudamos de ideia”, isto é, que a nossa ideia anterior estava errada.
Em uma decisão racional, pouco importa o que ocorreu no passado. Vale a perspectiva do presente em relação ao futuro. É essa forma de pensar que devemos buscar para não sermos vítimas dessa armadilha.
A partir de ideias concebidas, por nós mesmos ou por terceiros, se começamos a nos alimentar apenas de argumentos que as confirmam, ignorando ou rechaçando categoricamente argumentos contrários, estamos apelando para o viés da confirmação.
Não é difícil perceber que logo nos apegaremos a construções desprovidas de lógica, apenas para confirmarmos aquela ideia original.
Duas forças que também podem nos tirar do caminho da racionalidade: a gratidão e o medo. A gratidão pode nos tornar prisioneiros da reciprocidade, enquanto o medo tende a se manifestar através do viés da autoridade.
Esse é mais um comportamento enraizado no ser humano e que é muito explorado pelo marketing.
Temos uma tendência a sentirmos culpa quando estamos em débito com alguém. Sempre que uma pessoa nos faz um favor, nós nos sentimos na obrigação de retribuir.
Isso pode nos levar a fazer coisas que objetivamente não faríamos, simplesmente para não termos que carregar o peso de estar em débito com quem quer que seja.
A solução para fugir desse círculo está em recusar favores não solicitados.
Sempre fomos educados no sentido de respeitar hierarquias e autoridades e isso tem sido essencial para a vida organizada em sociedade.
Entretanto, autoridades também cometem erros e enganos. Nesses momentos, sempre há aqueles que, por temor, continuam a obedecer-lhes cegamente.
É preciso desenvolver um pensamento crítico e não se colocar em posição de inferioridade quando ideias equivocadas forem impostas apenas pelo apelo à condição de autoridade.
Dezenas de outras armadilhas do pensamento são apresentadas no livro, tais como:
Todas elas apenas confirmam que, em inúmeras situações, agimos de forma abertamente irracional.
Ryder Carroll autor do livro “O Método Bullet Journal” mostra que, segundo estudos, cerca de 70.000 pensamentos passam pela nossa mente todos os dias. Isso seria o suficiente para escrevermos um livro todos os dias. Por isso, o autor destaca a importância de se criar uma maneira de colocar ordem nos pensamentos.
Para Daniel Goleman, autor de “Inteligência Emocional”, emoções fortes podem interferir na atenção e em todos os aspectos do pensamento claro. Em vez de tentar eliminar seus sentimentos, as pessoas devem se esforçar para encontrar um inteligente equilíbrio entre razão e emoção.
Por fim, no livro “Geração de Valor”, Flávio Augusto diz que pensamentos vitoriosos possuem mais chances de gerarem resultados positivos. Enquanto que, pensamentos triviais geram apenas resultados triviais.
O próprio autor sugere que a primeira medida para corrigirmos esses tipos de falhas está em tomarmos conhecimento deles.
Assim, uma sugestão de ação prática para o dia a dia é:
É bem provável que você continue a cometer muitos erros, mas algum progresso certamente será alcançado.
E então, você se identificou com algumas das situações apresentadas? Acha possível adotar comportamentos que neutralizem esses atos irracionais que praticamos de forma tão involuntária? Deixe seu feedback nos comentários!
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