Segundo o dicionário, um dos significados de coragem é “firmeza de espírito para enfrentar situação emocional ou moralmente difícil”. No livro “A Coragem de não Agradar”, o diálogo entre um jovem frustrado e um filósofo adleriano retrata bem essa definição.
O diálogo dura cinco noites, e acaba sendo mais um debate do que uma conversa em si, onde o jovem busca desconstruir todo o discurso do velho filósofo ao falar sobre capacidade de mudança, sentimentos, conflitos, relações interpessoais e várias outras questões.
Por ser um livro filosófico, a leitura se torna densa. Por isso, leia este resumo para aproveitar o melhor do livro de maneira simples e direta.
O livro “A Coragem de não Agradar” foi publicado no Brasil em 5 de fevereiro de 2018, pela editora Sextante. Originalmente, a obra tem o título “The Courage to Be Disliked: How to free yourself, change your life and achieve real happiness”.
Além disso, a obra conta com 272 páginas divididas em cinco capítulos.
Ichiro Kishimi é um filósofo japonês especialista em Platão, e psicólogo da linha adleriana. Foi responsável por traduzir para o japonês diversos escritos de Alfred Adler e é autor de vários livros de psicologia e filosofia.
Fumitake Koga é um autor japonês premiado, tendo escrito vários livros de negócios e não ficção. Ao descobrir a psicologia adleriana ainda jovem, foi profundamente influenciado pelas ideias que desafiavam a sabedoria convencional.
A leitura do livro é essencial para você que almeja encontrar um propósito em sua vida, ou que quer entender como podemos transformar as adversidades em oportunidades, desenvolvendo “A Coragem de não Agradar”.
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Na primeira noite do jovem na casa do filósofo, eles debatem sobre a simplicidade da vida. Para o jovem, a vida é complexa e dura, ela pode fazer com que nos tornemos reféns, e nos controla até a morte.
Já para o velho filósofo, a vida é simples. O fator que torna a vida complexa é a subjetividade do indivíduo. Segundo a ideia de Adler, o criador das ideias nas quais o livro “A Coragem de não Agradar” se baseia, a sociedade e a preocupação em agradar os outros são os determinantes básicos do comportamento humano.
Por isso, o filósofo afirma que as pessoas podem mudar, mas sempre optam por não mudar. Mudar é um processo doloroso e requer autoconhecimento.
A pergunta que deve ser feita antes de tentar mudar é: Você está bem do jeito que está ou só está mentindo para si?
Outro ponto importante sobre a mudança é entender que nem todos precisamos mudar por termos algum tipo de trauma que nos moldou a sermos como somos hoje. Para muitas pessoas, o trauma não existe.
As pessoas são do jeito que são devido à maneira que lidam com suas próprias vidas e sentimentos. As pessoas criam a própria raiva e escolhem a infelicidade para si.
Isso acontece porque, na maior parte das vezes, escolhemos viver sendo controlados pelo passado, enquanto a vida é decidida aqui e agora.Portanto, cabe a busca por uma alteração do ponto de vista da nossa própria história.
Antes de seguir a leitura, se pergunte o seguinte: Por que você não gosta de si mesmo?
Se a sua resposta for “mas, eu gosto de mim mesmo”, significa que você está em harmonia. Porém, se sua resposta for uma série de defeitos ou pensamentos negativos sobre si … Está na hora de rever como você enxerga o mundo ao seu redor. Precisamos corrigir nossos erros e mudar a visão sobre quem somos.
O primeiro ponto que você deve entender é que, para o filósofo, todos os problemas têm base nos relacionamentos interpessoais. Isso acontece porque estamos sempre usando o outro como régua em vez de focarmos em nós mesmos.
Segundo os autores Ichiro Kishimi e Fumitake Koga, sentimentos de inferioridade são pressupostos subjetivos, e o complexo de inferioridade é apenas uma desculpa para justificar o seu desgosto consigo mesmo.
Você se sente um fracassado porque está fracassando com você mesmo e com a sua própria vida.
A vida não é uma competição e os outros não são os seus inimigos, não se deixe seduzir pela “mentira da vida” onde você evita e foge de cumprir as tarefas, ou seja, os relacionamentos interpessoais que um indivíduo é obrigado a enfrentar, ao tentar viver como um ser social.
Não deixe que o jeito que você enxerga o mundo contamine o jeito que você se enxerga, seja gentil com você.
Outro grande problema que impede a autoaceitação é o desejo de reconhecimento. A maioria vive buscando reconhecimento das outras pessoas. Não viva para satisfazer as expectativas dos outros, isso só vai lhe fazer ficar ressentido e odiar os outros cada vez mais.
O desejo de reconhecimento nos escraviza e infla o ego. O verdadeiro inimigo não são os outros, o inimigo é o ego.
O ego causa grandes problemas nos seus relacionamentos. Mas, como se livrar de problemas de relacionamentos interpessoais?
Você precisa separar as tarefas, portanto, descarte as tarefas das outras pessoas e dê as cartas nos relacionamentos interpessoais. No livro “A Coragem de não Agradar”, esse processo de corte é chamado de corte do nó górdio.
A meta dos relacionamentos interpessoais é a sensação de comunidade, mas como as pessoas não conseguem usar o “eu” apropriadamente, elas não sabem como existir em comunidade.
Para aprender a se relacionar de maneira saudável e orgânica com os outros, entenda que você não é o centro do mundo, não tenha interesse só por você mesmo, busque cumprir suas tarefas da vida e ouça a voz de uma comunidade maior.
Ao cumprir suas tarefas, você está existindo no presente sem se preocupar com o passado ou com o futuro. Além disso, viver em comunidade é uma forma positiva de sentir que você tem valor.
Você terá o encorajamento necessário para viver em paz com você mesmo sem a manipulação mental e emocional de repreensões e elogios.
A paz de estar confortável consigo mesmo irá impedir que a autoconsciência excessiva sufoque o seu eu. Por isso, lembre-se: autoafirmação não, autoaceitação sim.
Quando você se aceita, você se resigna com a sua real essência. Porém, é uma resignação afirmativa que te permite confiar nos outros sem garantias preestabelecidas.
Quando você aceita a si e ao outro, é o momento em que você notará que a essência do trabalho é a contribuição para o bem comum. Por isso que os jovens caminham à frente dos mais velhos, pois eles já entendem desde cedo o valor da comunidade.
Os mais velhos tem uma compulsão excessiva pelo trabalho que os jovens não compartilham, pois eles sabem que o trabalho é uma mentira da vida que lhe nega o direito de viver no no aqui e agora.
Os jovens sabem que a vida é feita de uma série de momentos e que você pode ser feliz agora, porque eles têm a coragem de não agradar.
Mas, isso não quer dizer que o jovem é melhor que o velho, quer dizer que eles vivem como se estivesse dançando por não estarem amarrados ao passado ou às expectativas alheias.
Se você não é mais um jovem ousado e corajoso, o filósofo propõe dois caminhos trilhados pelos que querem se tornar “seres especiais”. São eles:
Seja lá qual opção escolher, lembre-se que você é o único que sofrerá as consequências positivas ou negativas dela.
A obra “Essencialismo”, de Greg Mckeown, também aborda a ideia de que menos é mais e que poucas coisas são realmente essenciais na sua vida. Por isso, você deve focar apenas no que é essencial.
Outro livro indispensável é o “Ikigai: Os cinco passos para encontrar o seu propósito de vida”, de Ken Mogi. Nele, você aprenderá um pouco mais sobre a filosofia de vida japonesa e em cinco passos encontrará um propósito de vida.
Por fim, o livro “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, é uma fábula infantil que aborda com leveza os dramas adultos, sendo capaz de nos fazer refletir sobre como os pensamentos que tínhamos quando jovens podem ser resgatados pelos nossos “eu” mais velhos.
Você se sente mais corajoso depois da leitura desse resumo? Avalie-o e deixe seu feedback, é muito importante para nós!
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