A Mente do Líder Extraordinário - Rasmus Hougaard e Jacqueline Carter

Você, enquanto líder, se considera inspirador e um bom exemplo? Segundo um estudo feito em 2016, 86% dos mais de 52 mil gestores responderam “sim”. Se você está com a maioria, talvez deva pensar também a respeito de outra pergunta deste estudo.

Acredita que seus funcionários têm o mesmo pensamento a seu respeito? Na verdade, segundo pesquisas, 82% deles enxergavam seus líderes como desestimulantes. Curioso como a mente de duas pessoas, ou dois grupos de pessoas, pode funcionar de forma tão diferente sobre o mesmo assunto, não?

Isso acontece porque a mente é muito mais do que os 85 bilhões de neurônios localizados na cabeça e as centenas de milhões pelo resto do corpo. A mente é a experiência cognitiva, emocional, física e espiritual de ser você.

Continue lendo este resumo do livro “A Mente do Líder Extraordinário”, de Rasmus Hougaard e Jacqueline Carter, para aprender como mudar e conciliar todas essas perspectivas, fornece uma orientação clara para aprimorar o seu autocontrole e o controle sobre seus liderados.

O livro “A Mente do Líder Extraordinário”

O livro “A Mente do Líder Extraordinário” mostra ao longo de 368 páginas é baseado em pesquisas com 35 mil líderes e entrevistas com 250 diretores-chefe em mais de 100 países.

Dividido em três partes, conta com recursos gráficos, como matrizes que mostram qual é a característica marcante que uma pessoa apresenta quando tem uma virtude mas carece de outra, por exemplo.

Além disso, embasa suas informações em uma grande quantidade de dados de pesquisas e nas palavras de outros autores. Também traz exercícios com passo a passo detalhado que treinam e fortalecem capacidades mentais.

Ou seja, eles mostram de maneira prática que é preciso liderar tirando da cabeça o pensamento convencional de “chefia” que ocasionou a crise de liderança global.

Quem são Rasmus Hougaard e Jacqueline Carter? 

O dinamarquês Rasmus Hougaard é o fundador do The Potential Project, líder mundial em provisão de soluções corporativas baseadas na atenção plena, operando em 20 países.

O autor de artigos da Harvard Business Review, Forbes e Business Insider foi nomeado um dos um dos oito mais importantes pensadores de liderança no mundo de hoje pelo Thinkers50.

A coautora Jacqueline Carter é uma parceira internacional da empresa fundada por Hougaard e responsável por liderar a companhia na América do Norte.

Ela tem mestrado em Comportamento Organizacional e mais de 20 anos de experiência em consultoria e gestão.

Por que ler “A Mente do Líder Extraordinário”?

Seguindo o próprio título, a obra é, com certeza, mais adequada para líderes, independentemente da área. Definitivamente, pessoas que pretendem desenvolver as chamadas soft skills, trazendo para seu ambiente de trabalho mais humanidade, atenção, altruísmo e compaixão.

O livro “A Mente do Líder Extraordinário” ensina ao líder como conduzir a si mesmo, sua equipe e sua organização para um efeito renovador que seja duradouro, por meio da criação de uma cultura interna que se mostra nos resultados.

Os autores oferecem uma solução radical, mas prática que vira de ponta cabeça o pensamento de que líderes só obtêm envolvimento, adesão e paixão por liderar se forem autoritários.

Quais são os pontos principais de “A Mente do Líder Extraordinário”?

• A compaixão é concreta e pragmática, não etérea e sentimental;
• A atenção plena se refere a prestar atenção ao momento presente, com concentração, calma, e de forma desobstruída;
• O processo educacional de líderes, geralmente, é conduzido como começar a construir uma casa pelo telhado. Estratégia, gestão de pessoas e finanças devem ser a parte final da abordagem;
• “Faça menos, seja mais”;
• A leitura introduz práticas de altruísmo não-convencionais: “A compaixão é um egoísmo sábio porque quando somos gentis com os outros ficamos mais felizes”.

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Como entender e liderar a si mesmo?

Os autores afirmam terem descoberto que os alicerces para os líderes atuais está no acrônimo “Liderança MSC”, que vem das palavras em inglês:

• M é para mindfulness, ou atenção plena;
• S de selflessness, ou altruísmo;
• C de compassion, que é compaixão.

Começando então pelo primeiro ponto, a atenção plena é tanto uma prática quanto um estado mental, um se fortalece com o outro.

Essa prática torna o líder, ou qualquer outro que a experimente, extraordinário começando desde o próprio funcionamento do organismo. Fortalece o sistema imunológico, abaixa a pressão e frequência cardíaca, melhora o sono e diminui o estresse.

Dissemos, no início deste resumo, que a mente e o cérebro são coisas bem diferentes. Mas, é claro, um se relaciona intimamente com o outro. Treinar a atenção plena aumenta a densidade de células cinzentas, melhorando a função cognitiva, a memória, concentração e os tempos de reação.

No trabalho, que é o foco do livro, a lista de benefícios também é extensa: aprimora a criatividade e inovação, melhora a relação entre patrão e empregado, reduz as faltas e aperfeiçoa o processo decisório.

Para desenvolver essa característica é necessário treinar a concentração, que é se ater a uma tarefa específica por um período de tempo, e a perceptividade, que é a habilidade de fazer boas escolhas naquela tarefa que você está concentrado.

Para a concentração, são seis aspectos:

1. Controle;
2. Capacidade;
3. Velocidade;
4. Agilidade;
5. Clareza;
6. Durabilidade.

Melhorando qualquer um desses, o conjunto já se fortalece. Dedicando-se a isso apenas 10 minutos por dia, já é possível sentir resultados após nove semanas.

Vale destacar que, segundo o livro, o café não é útil para a concentração, pois ao mesmo tempo em que a cafeína desperta, também aumenta a dispersão.

Já o altruísmo, na liderança, se faz presente por meio da humildade e vontade de servir.

A compaixão é um conceito que pode trazer certa confusão, já que, ao mesmo tempo em que 92% dos mais de mil líderes entrevistados afirmam que é um traço importante ou extremamente importante para liderar, outros 80% afirmam que seu aprimoramento nessa parte seria valioso, mas não sabem como fazê-lo.

Um erro comum é confundir compaixão com empatia. O CEO do LinkedIn, diz que:

“A empatia ocorre quando você toma para si o sofrimento dos outros e ambos saem perdendo. Com compaixão, você ganha forças para agir com maestria.”

E, segundo Hougaard e Carter:

“Compaixão significa tomar decisões difíceis pelo bem da organização, mesmo quando ela afeta indivíduos negativamente.”

Em toda a liderança MSC são aplicados os mesmos pilares, mas, nessa seção, o foco é primeiro no “auto”.

Exerça sua autoliderança, gerenciando os próprios pensamentos, comportamentos e ações, internalizando as ideias e conceitos, antes de tudo.

Faça bom uso da autoconsciência, para transformar as informações que obteve na autoavaliação em ações, mantendo seus valores.

Por fim, lembre-se de que um sono de qualidade, minimizar hábitos tecnológicos potencialmente compulsivos e ter momentos de descanso também são cruciais para a saúde da mente.

Como entender e liderar seus funcionários?

Começando por um erro comum em muitas empresas atualmente, por mais que seja com boas intenções, é a forma de motivar os funcionários.

Os autores indicam que é mais produtivo oferecer motivadores internos, como envolvimento significativo, interconectividade e valorização pessoal, do que satisfações externas, como bônus, aumentos de salário, ambiente de trabalho “descolado”, comida grátis ou flexibilidade de horário.

É fundamental cuidar do lado humano, nas relações. O livro traz dados de que os líderes têm três vezes mais probabilidade de interromper colegas, realizar outras atividades durante uma reunião, levantar a voz e dizer coisas ofensivas, comparando com alguém de um nível inferior na hierarquia da empresa.

A propensão também é maior para se comportarem de forma rude, egoísta ou antiética. Tudo isso, como você pode deduzir, prejudica muito a motivação dos liderados.

O comportamento inadequado do líder pode vir, sim, de forma inconsciente. Seja como for, o recomendado é fazer uso dos aprimoramentos postos em prática consigo mesmo para considerar qual comportamento é preciso superar, e se esforçar para fazer isso, com um por vez.

Deixe sua experiência de lado por alguns momentos, encare o cotidiano do trabalho com uma mente de iniciante, assim você pode perceber novas possibilidades e perspectivas.

Junto dessa curiosidade, pode vir também a presença necessária para o líder obter a confiança dos membros da equipe. Estabeleça conexões verdadeiras e torne importantes os momentos na presença de tais conexões.

Isso também leva em consideração a presença encarnada: como é sua postura, o espaço que ocupa, o posicionamento que adota, fisicamente falando, todos influenciam em ser melhor recebido.

E a primeira parte diz respeito a olhar para dentro, e isso não é à toa. Já reparou como às vezes fica afetado pela emoção do outro, seja ela positiva ou negativa? O mesmo acontece quando você é “o outro”, então cuide para controlar suas emoções difíceis e resolver o desconforto da melhor forma sem afetar seus colegas.

Atente-se para a empatia citada anteriormente, que muitas vezes provoca confusões. Fique atento para as armadilhas que ela pode oferecer para a empresa quando se passa pelo lugar da compaixão.

Compaixão, inclusive, que, nessa parte, colocamos ainda mais em prática. Quatro características compõem o significado dessa palavra, e que, aqui, podem ser melhor explicadas e aplicadas:

1. Desejar que os outros sejam felizes;
2. Desejar aliviar o sofrimento alheio;
3. Ter alegria em ver os outros alcançando o sucesso;
4. Enxergar todos os demais com igualdade.

O bem estar das pessoas com quem você convive no trabalho pode ser cultivado com atitudes um tanto difíceis, como se desfazer do ego para resolver conflitos, até outras bem simples, como ajudar alguém em uma atividade difícil ou enviar uma nota de gratidão a quem tenha feito isso por você.

Uma boa forma de resumir o papel do líder enquanto guia da equipe é ser “invisível”, através das palavras do filósofo chinês Lao-Tsé:

“Um líder está em sua melhor forma quando as pessoas mal sabem que ele existe; quando seu trabalho for feito, sua meta cumprida, elas dirão: ‘Nós fizemos por conta própria’.”

Um líder extraordinário fornece uma orientação que seja emancipadora para seus liderados.

Como entender e liderar sua organização?

Um ponto que, por servir tanto para o papel do líder, quanto para o dos liderados, cabe no modo de gerir a organização como um todo é a equação pela qual funciona a chamada economia da atenção que vivemos. Na qual saber gerenciar os valores envolvidos na equação a seguir é tão valioso quanto qualquer outra competência:

Concentração x Tempo x Competência = Produtividade

Todos os valores, sejam em forma “matemática” ou “conceitual”, se relacionam um com o outro o tempo todo, assim como a organização é feita do conjunto das boas práticas do líder consigo mesmo e dele com sua equipe.

Em todas essas relações, a cultura organizacional é criada, desenvolvida, e seguida – ou não. Por isso, reflita sempre sobre os valores que compõem essa cultura, e verifique a necessidade de reafirmá-los perante a equipe, ou mesmo reavaliar se ainda cabem no contexto atual da empresa.

No livro, recomenda-se que a cultura seja voltada para as pessoas, não para os acionistas.

Caso perceba que algum dos princípios trabalhados até aqui caiu o rendimento, invista em treinamentos para toda a equipe. Um dos exemplos trazidos é da empresa Accenture, que oferece programas de treinamento de atenção plena coletivos e individuais.

Em 20 países, os resultados foram 30% a mais de concentração, 25% a mais na habilidade de estabelecer prioridades, 34% na clareza mental e menos 23% no comportamento multitarefas. Os números não mentem.

E, claro, temos que falar sobre as velhas reclamações de sempre, sobre os mesmos motivos que importunam (quase) todos, em qualquer empresa que se vá.

Reuniões desnecessárias e que não engajam afetam até mesmo os gestores. Dois mil afirmaram, em uma pesquisa da Industry Week, que pelo menos 30% do tempo de reuniões era desperdiçado.

Já para a 3M, esse dado variou de 25% a 50%. A cultura de atenção plena influencia até nisso, aprimorando todo o esforço e tempo aplicados.

Outra simples questão que colabora para a produtividade e o bem-estar da organização são os e-mails. Uma pesquisa de 2012 trazida na obra acusava, em média, 28% do tempo dos funcionários gasto apenas nesta forma de comunicação.

A solução? Ferramentas de interação social e colaboração, como Trello, Basecamp, Teamwork Projects e Google Docs conseguiram aumentar a produtividade dos trabalhadores intelectuais de 20 a 25%, ao substituírem 60% dos e-mails enviados.

Não subestime, o impacto em cadeia, assim como tudo trabalhado até aqui, resultou em uma queda de 3% no total dos custos administrativos, com rendimentos por participação aumentando em mais da metade.

Livros sobre a influência da mentalidade na liderança

No sugestivo título “Mentalidade”, o mentor de negócios e desenvolvimento pessoal, Pablo Paucar, ensina como treinar a mente e o comportamento para que empreendedores, principalmente iniciantes, consigam atingir suas metas.

Em “A Mentalidade do Fundador”, os autores Chris Zook e James Allen mostram que pensar como o criador da empresa é útil não apenas para o CEO, mas para qualquer um que queira motivar seus liderados e superar crises.

No livro “Klopp”, escrito por Raphael Honigstein, a liderança talvez não seja no contexto em que estamos mais acostumados. O nome é o mesmo do treinador de futebol multicampeão, que soube trabalhar as falhas e os acertos de sua mentalidade enquanto jogador para chegar ao sucesso, agora no cargo de líder.

Como posso aplicar o conteúdo de “A Mente do Líder Extraordinário”?

• Foque toda sua concentração, atenção e energia na missão de se tornar um líder plenamente extraordinário;
• Faça o testes para saber qual é seu nível de concentração e perceptividade;
• Procure usar um termo mais inclusivo, sempre que for usar a primeira pessoa do singular;
• Evite o comportamento multitarefas, pode ser que as coisas não funcionem se você não der toda sua concentração a tarefa que precisa ser realizada;
• Treine e desenvolva as capacidades necessárias para a liderança com o aplicativo desenvolvido especialmente para este livro, disponível na Google Play Store e na App Store.

Avalie o resumo de “A Mente do Líder Extraordinário”

Este resumo te auxiliou a perceber a si mesmo, sua organização e seus funcionários? Qual desses pontos você acredita que seja o mais necessitado de atenção, no seu contexto empresarial atual?

Se os ensinamentos que você obteve aqui foram úteis, ou sentiu que algo poderia ser melhor explicado, deixe sua opinião nos comentários, abaixo! Ela é fundamental para que nós possamos nos perceber e trazer um conteúdo cada vez mais tão extraordinário quanto a mente do líder que você será!

E, para receber o passo a passo detalhado de técnicas para aprimorar o esforço aplicado no trabalho e o psicológico para lidar com todas as responsabilidades que a liderança traz, clique na imagem abaixo e adquira o livro completo, em português!